Orgulho e Preconceito!
Hoje fui ao cinema ver o filme “Orgulho e preconceito.” Que vos posso dizer? Que adorei, sim, que é a minha cara, sim, que me apeteceu chorar no fim e gritar “como amor é lindooooooo!” Acima de tudo preciso de vos dizer o que o filme, hoje, me fez descobrir. A sério, imaginem com esta idade e ainda a descobrir destas coisas.
Eu sempre me achei uma irreversível romântica. Desde miúda, muitos sonhos tinha, muitos filmes imaginava na minha cabecinha, e todos eles puramente românticos. Sonhava com amores proibidos, paixões impossíveis, amores distantes mas que no fim acabavam irremediavelmente por se concretizar. Por mais obstáculos que houvesse o amor vencia tudo e os finais eram sempre hollywoodescos.
Só hoje percebi o porquê da minha desadequação a este mundo, ao de hoje. Hoje é-se impossivelmente romântica, se me permitem a expressão. Não há tempo, nem lugar, nem ambiente, nem contexto para isso. Daí a minha total inadequação a esta época.
Eu devia ter nascido há muitos anos atrás, sem dúvida! Hoje percebi isso e a quão desiludida fiquei por perceber afinal que não há actualmente ambiente para o meu romantismo.
Senão vejamos.
Naquele tempo as famílias eram enormes, existiam muitos irmãos, todos seguidinhos, todos unidos. Vivia-se num mundo mais ruralizado, numa época em que ainda existiam esplendorosas florestas, ar puro e águas límpidas.
As mulheres não saíam de casa para ter uma profissão. Eram criadas em casa, aprendiam a ler e escrever em casa, tocavam piano, bordavam, geriam o lar. Tinham tempo para ler, para escrever, passearam ao ar livre. Vestiam longos vestidos, com muitas fitas e laços. Eram loiras ou morenas mas sempre de caracóis e de olhos brilhantes. Tinham tempo para sonhar. E sonhavam. Com um marido ideal, o rapaz mais bonito, o mais inteligente ou o mais arisco.
E os homens, esses sim trabalhavam, mas também escreviam poemas, andavam a cavalo, iam à caça e visitavam as mulheres no lar. Apareciam para um chá, um passeio no jardim, uma tarde de leitura..... Belos tempos, digo eu!
Hoje, e como devem já ter percebido, tudo isto é impossível e, dirão alguns, até ridículo. Hoje as famílias têm no máximo 2 filhos e a maioria não passa mesmo da unidade. A situação económica e social dita cada vez mais famílias pequenas e mais fáceis de se gerir.
Depois, hoje em dia todos vivemos no meio urbano. Cidades maiores ou mais pequenas mas definitivamente urbanizadas. Não há grandes espaços verdes, o espaço era preciso para se construir. Construir casas e ruas, fabricas e centros de diversão. O espaço verde estava a mais e teve que se ir afastando. Actualmente é assim, as florestas estão bem longe, cada vez mais longe de nós.
Mas a diferença principal é a de que hoje as mulheres não tocam piano, a maioria não sabe bordar, e outras tantas são péssimas donas de casa. Para se afirmarem e conseguirem ter uma vida melhor, tiveram que estudar e escolher uma profissão. São médicas, advogadas, professoras e empresárias. Outras operárias ou mulheres de limpeza. Existem mulheres taxistas ou operadoras de máquinas. Hoje poucas mulheres estão em casa e passam cada vez menos tempo dentro delas. Hoje não têm tempo para lerem, escreverem ou sonharem com o príncipe encantado. Vestem jeans de ganga e camisas brancas e casacos compridos. Usam o cabelo pintado, curto e liso.
E depois temos os homens. Já não há Mr.(s) Darcy (is) hoje em dia. Homens íntegros, honestos, verdadeiros gentlemen’s, capazes de mudar o mundo por nós. Sofredores mas persistentes. Incrivelmente românticos e charmosos. Hoje já não aparecem do nada só para nos ver. Mandam sms’s curtas a convidar para um café ou telefonam para saber o que nos apetece fazer.
Não à clima! Definitivamente hoje é impossível ser-se romântico. Perdeu-se um cem número de coisas essências. Não à clima, nem tempo, nem vontade. O mundo acabou para os românticos como eu. Por isso me sinto desintegrada, não entendo aos meus amigos, não aprecio as suas saídas, os seus gostos, os seus desejos. Restam-me os meus livros, pateticamente românticos para muitos; os meus filmes, que me levam de volta à minha época; e as minhas músicas que me fazem sorrir, e também chorar e fundamentalmente sonhar.
Sou uma romântica, que querem? Deixem-me pelo menos desabafar!
Orgulho e preconceito, hoje seria mais, Falta de jeito ou oportunidade!
(ironia do destino, meia hora depois de acabar de escrever o post o meu casamento acabou!)
Eu sempre me achei uma irreversível romântica. Desde miúda, muitos sonhos tinha, muitos filmes imaginava na minha cabecinha, e todos eles puramente românticos. Sonhava com amores proibidos, paixões impossíveis, amores distantes mas que no fim acabavam irremediavelmente por se concretizar. Por mais obstáculos que houvesse o amor vencia tudo e os finais eram sempre hollywoodescos.
Só hoje percebi o porquê da minha desadequação a este mundo, ao de hoje. Hoje é-se impossivelmente romântica, se me permitem a expressão. Não há tempo, nem lugar, nem ambiente, nem contexto para isso. Daí a minha total inadequação a esta época.
Eu devia ter nascido há muitos anos atrás, sem dúvida! Hoje percebi isso e a quão desiludida fiquei por perceber afinal que não há actualmente ambiente para o meu romantismo.
Senão vejamos.
Naquele tempo as famílias eram enormes, existiam muitos irmãos, todos seguidinhos, todos unidos. Vivia-se num mundo mais ruralizado, numa época em que ainda existiam esplendorosas florestas, ar puro e águas límpidas.
As mulheres não saíam de casa para ter uma profissão. Eram criadas em casa, aprendiam a ler e escrever em casa, tocavam piano, bordavam, geriam o lar. Tinham tempo para ler, para escrever, passearam ao ar livre. Vestiam longos vestidos, com muitas fitas e laços. Eram loiras ou morenas mas sempre de caracóis e de olhos brilhantes. Tinham tempo para sonhar. E sonhavam. Com um marido ideal, o rapaz mais bonito, o mais inteligente ou o mais arisco.
E os homens, esses sim trabalhavam, mas também escreviam poemas, andavam a cavalo, iam à caça e visitavam as mulheres no lar. Apareciam para um chá, um passeio no jardim, uma tarde de leitura..... Belos tempos, digo eu!
Hoje, e como devem já ter percebido, tudo isto é impossível e, dirão alguns, até ridículo. Hoje as famílias têm no máximo 2 filhos e a maioria não passa mesmo da unidade. A situação económica e social dita cada vez mais famílias pequenas e mais fáceis de se gerir.
Depois, hoje em dia todos vivemos no meio urbano. Cidades maiores ou mais pequenas mas definitivamente urbanizadas. Não há grandes espaços verdes, o espaço era preciso para se construir. Construir casas e ruas, fabricas e centros de diversão. O espaço verde estava a mais e teve que se ir afastando. Actualmente é assim, as florestas estão bem longe, cada vez mais longe de nós.
Mas a diferença principal é a de que hoje as mulheres não tocam piano, a maioria não sabe bordar, e outras tantas são péssimas donas de casa. Para se afirmarem e conseguirem ter uma vida melhor, tiveram que estudar e escolher uma profissão. São médicas, advogadas, professoras e empresárias. Outras operárias ou mulheres de limpeza. Existem mulheres taxistas ou operadoras de máquinas. Hoje poucas mulheres estão em casa e passam cada vez menos tempo dentro delas. Hoje não têm tempo para lerem, escreverem ou sonharem com o príncipe encantado. Vestem jeans de ganga e camisas brancas e casacos compridos. Usam o cabelo pintado, curto e liso.
E depois temos os homens. Já não há Mr.(s) Darcy (is) hoje em dia. Homens íntegros, honestos, verdadeiros gentlemen’s, capazes de mudar o mundo por nós. Sofredores mas persistentes. Incrivelmente românticos e charmosos. Hoje já não aparecem do nada só para nos ver. Mandam sms’s curtas a convidar para um café ou telefonam para saber o que nos apetece fazer.
Não à clima! Definitivamente hoje é impossível ser-se romântico. Perdeu-se um cem número de coisas essências. Não à clima, nem tempo, nem vontade. O mundo acabou para os românticos como eu. Por isso me sinto desintegrada, não entendo aos meus amigos, não aprecio as suas saídas, os seus gostos, os seus desejos. Restam-me os meus livros, pateticamente românticos para muitos; os meus filmes, que me levam de volta à minha época; e as minhas músicas que me fazem sorrir, e também chorar e fundamentalmente sonhar.
Sou uma romântica, que querem? Deixem-me pelo menos desabafar!
Orgulho e preconceito, hoje seria mais, Falta de jeito ou oportunidade!
(ironia do destino, meia hora depois de acabar de escrever o post o meu casamento acabou!)
3 Comments:
Não sei porquê, mas acho que todas as mulheres adoram o Mr Darcy... Talvez personifique o homem ideal. Apaixonado, integro, sincero e que estará sempre ali para nos acompanhar na nossa vida.
Não vi o filme, mas vi a série há uns anos (até gravei) e confesso que tb me apaixonei. Por ele, pela história..
Mas, acho que não gostava de ter vivido naquele tempo. Se hoje já é mau qd se descobre que não casamos com um Mr. Darcy, imagino o que seria há mtos anos atrás qd as mulheres não tinham mais nada para além das actividades domésticas e do casamento...
Qt ao teu casamento, nem tudo o que parece é... às vezes é necessário baralhar as cartas para voltar a dar. Tenho a certeza que será esse o caso.
Nem todas as rupturas são fins, às vezes são oportunidades para se recomeçar de novo.
Qd me casei disseram-me muitas coisas, mas houve uma delas que nunca esqueci. Cada obstáculo que ultrapassarem, mais forte ficará o vosso casamento.
Bjs e muita força!
Silvia, obrigado pelas tuas palavras. Espero mesmo que esta fase seja uma passagem para algo melhor.
Beijinhos para ti tb.
Nem tudo o que parece é, e porque há coisas que nunca mudam, acredita, luta e sê feliz... Acima de tudo SORRI
Sorrisos com beijos
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