A depressão de Domingo à noite!!!!
Que lhe posso chamar senão depressão de domingo à noite???
Todos os domingos, chegando a hora do entardecer, sou invadida por este sentimento de frustração. Revejo a semana que passou, os êxitos e/ou fracassos que alcancei e não me consigo animar. O final do ”fim-de-semana” traz-me sempre angustia, frustração e um início de ansiedade, à qual não sei atribuir uma razão plausível. Nem é pelo início de mais uma semana de trabalho. Este, pelo menos, tem o dom de manter a minha cabeça ocupada e de não me fazer pensar na minha vida.
“Puta de vida” diria alguém! Não é, na verdade uma vida angustiante nem tão pesada como estou provavelmente a tentar demonstrar. Eu sei bem disso. Mas então porquê este sentimento estranho, este aperto no peito, esta sensação de perda?
Ninguém é preparado para as diversas mudanças que ocorrem na nossa vida. Lembro-me da minha passagem de criança para adolescente e dos conflitos interiores e traumas que isso me suscitou. É o despertar para novas realidades, o reconhecer as diferenças de sexo, notar as mudanças do nosso corpo, algumas dolorosas e não aceitar de todo isso como um dado positivo. Ainda me lembro da minha primeira menstruação. Grande trauma! Qual era afinal a piada de todos os meses sangrar como uma alma penada, apenas para o bem da continuação da humanidade? E porque é que tinha logo que ser a nós, as mulheres, desgraçadinhas, a quem tudo acontece? Já não nos bastava crescer o peito de uma forma humilhante, primeiro parecendo uns papos, depois completamente desproporcionados?
Depois a passagem para a idade adulta. Outro grande trauma! Reconhecer que já temos idade de tratar de vida e nos fazermos alguém. O lento cortar do cordão umbilical com os pais, o reconhecimento da inconstância das paixões, da dureza do trabalho rotineiro, dia após dia. Reconhecermos o tempo inútil que perdemos com os traumas da adolescência. Sentir o tempo que perdemos com problemas insignificantes. Apercebemo-nos da fugacidade do tempo e olharmos para o futuro cada vez mais passado.
Mas talvez para todas estas mudanças de vida fomos de alguma forma preparados pelos pais, avós e até amigos. Estes vão-nos socializando para estas alterações de vida, para as mudanças no nosso percurso e ajudam-nos muitas vezes a superá-los. Mas nem para todas as mudanças. Algumas nem nós próprios sabemos ou aprendemos a lidar.
A mim nunca ninguém me preparou para a minha separação. Ninguém me falou que podia acontecer, ninguém me explicou como se faz, como se ultrapassa, o que se tem que fazer, o que não se deve fazer. Eu sei, é aquela velha questão de que ninguém também nos prepara para a morte. Nós sabemos que ela existe mas nunca estamos preparados para a enfrentarmos. Não que separação seja sinónimo de morte, pelo contrario, quero acreditar que é sinonimo de vida nova, de uma nova oportunidade, de refazermos uma vida, evitando cair nos mesmos erros do passado. Mas a verdade é que tudo isto é muito duro. O apagar uma vida para desenhar uma outra é duro.
Comigo depois do choque inicial, o problema pôs-se no Como e Quando. Os Porquês esses deixam rapidamente de ter importância. Quando não os encontramos ou não os queremos simplesmente reconhecer colocamo-los rapidamente de lado. O problema depois é construir a separação. Levanta-la, pô-la de pé, desenrola-la. Começamos por onde? Fazemos o que? O que está permitido fazer? O que é terminantemente proibido? Onde colocamos os sentimentos? O que esperamos dos outros? O que fazemos com os bens materiais? E os sentimentais? E os medos e traumas? E as alegrias?
E porque é que estes traumas me assolam sempre no final de Domingo? Que tem ele de tão especial?
Alguém me disse que devia ver o final de domingo como um dia a menos para a chegada de um novo fim-de-semana. E eu vejo-o sempre como menos um dia de vida, mais um dia passado sem ti, mais um objectivo deixado de cumprir, mais um pedaço de tempo que deixei escapar. E depois não posso deixar de me sentir angustiada e triste.
E por isso detesto os Domingos à noite!
Todos os domingos, chegando a hora do entardecer, sou invadida por este sentimento de frustração. Revejo a semana que passou, os êxitos e/ou fracassos que alcancei e não me consigo animar. O final do ”fim-de-semana” traz-me sempre angustia, frustração e um início de ansiedade, à qual não sei atribuir uma razão plausível. Nem é pelo início de mais uma semana de trabalho. Este, pelo menos, tem o dom de manter a minha cabeça ocupada e de não me fazer pensar na minha vida.
“Puta de vida” diria alguém! Não é, na verdade uma vida angustiante nem tão pesada como estou provavelmente a tentar demonstrar. Eu sei bem disso. Mas então porquê este sentimento estranho, este aperto no peito, esta sensação de perda?
Ninguém é preparado para as diversas mudanças que ocorrem na nossa vida. Lembro-me da minha passagem de criança para adolescente e dos conflitos interiores e traumas que isso me suscitou. É o despertar para novas realidades, o reconhecer as diferenças de sexo, notar as mudanças do nosso corpo, algumas dolorosas e não aceitar de todo isso como um dado positivo. Ainda me lembro da minha primeira menstruação. Grande trauma! Qual era afinal a piada de todos os meses sangrar como uma alma penada, apenas para o bem da continuação da humanidade? E porque é que tinha logo que ser a nós, as mulheres, desgraçadinhas, a quem tudo acontece? Já não nos bastava crescer o peito de uma forma humilhante, primeiro parecendo uns papos, depois completamente desproporcionados?
Depois a passagem para a idade adulta. Outro grande trauma! Reconhecer que já temos idade de tratar de vida e nos fazermos alguém. O lento cortar do cordão umbilical com os pais, o reconhecimento da inconstância das paixões, da dureza do trabalho rotineiro, dia após dia. Reconhecermos o tempo inútil que perdemos com os traumas da adolescência. Sentir o tempo que perdemos com problemas insignificantes. Apercebemo-nos da fugacidade do tempo e olharmos para o futuro cada vez mais passado.
Mas talvez para todas estas mudanças de vida fomos de alguma forma preparados pelos pais, avós e até amigos. Estes vão-nos socializando para estas alterações de vida, para as mudanças no nosso percurso e ajudam-nos muitas vezes a superá-los. Mas nem para todas as mudanças. Algumas nem nós próprios sabemos ou aprendemos a lidar.
A mim nunca ninguém me preparou para a minha separação. Ninguém me falou que podia acontecer, ninguém me explicou como se faz, como se ultrapassa, o que se tem que fazer, o que não se deve fazer. Eu sei, é aquela velha questão de que ninguém também nos prepara para a morte. Nós sabemos que ela existe mas nunca estamos preparados para a enfrentarmos. Não que separação seja sinónimo de morte, pelo contrario, quero acreditar que é sinonimo de vida nova, de uma nova oportunidade, de refazermos uma vida, evitando cair nos mesmos erros do passado. Mas a verdade é que tudo isto é muito duro. O apagar uma vida para desenhar uma outra é duro.
Comigo depois do choque inicial, o problema pôs-se no Como e Quando. Os Porquês esses deixam rapidamente de ter importância. Quando não os encontramos ou não os queremos simplesmente reconhecer colocamo-los rapidamente de lado. O problema depois é construir a separação. Levanta-la, pô-la de pé, desenrola-la. Começamos por onde? Fazemos o que? O que está permitido fazer? O que é terminantemente proibido? Onde colocamos os sentimentos? O que esperamos dos outros? O que fazemos com os bens materiais? E os sentimentais? E os medos e traumas? E as alegrias?
E porque é que estes traumas me assolam sempre no final de Domingo? Que tem ele de tão especial?
Alguém me disse que devia ver o final de domingo como um dia a menos para a chegada de um novo fim-de-semana. E eu vejo-o sempre como menos um dia de vida, mais um dia passado sem ti, mais um objectivo deixado de cumprir, mais um pedaço de tempo que deixei escapar. E depois não posso deixar de me sentir angustiada e triste.
E por isso detesto os Domingos à noite!
16 Comments:
Consigo perceber bem o que isso quer dizer. Também sempre detestei os Domingos à noite. Parece que naqueles instantes, tudo o que de menos bom nos acontece vem à superficie e toma conta de nós.
Poderia pensar-se que era por estar quase a começar mais uma semana de trabalho, mas acontecia-me o mesmo quando eu folgava a meio da semana.
É por isso que eu acho que existe algo estranho com os finais de Domingo.
Eu já não digo Domingo à noite, mas sim o Domingo inteiro. Excepto de manhã que dá para dormir...
Na realidade, as pessoas dividem-se entre aquelas que reagem às rupturas e as que não reagem. Sendo que, as primeiras avançam e as segundas não. Sofia, eu sei que é a separação, embora no meu caso exista, para acrescentar ao drama, um filho. Se aceitas um conselho de um desconhecido, aqui vai:
- Executa-te. Faz acontecer a tua vida. Algumas vezes com altos, outras com baixos, mas não a deixes parada.
- Faz acontecer a tua vida. Ela é demasiado preciosa para a desperdiçares. Tu contas.
- Sofre. É fundamental sangrar as feridas envenenadas. Mas define um prazo para o teu luto.
- Compaixão. Só ela te pode salvar. Sente-a pelos outros e executa-a.
- Colo. Procura-o nos que mais consideras e que têm por ti, um amor incondicional. Não por pena, mas como reconforto.
Se já o fazes, esqueçe este comentário. Se tens outra fórmula..peço perdão.
Para Vitor Hugo:
Obrigado pelo teu reconforto, é sempre bom ouvir pessoas com historias semelhantes. Um beijinho para ti.
Linkate a mim, eu linko a ti!
O roçar dos lábios...
A língua no canto, passeando, explorando...
As palavras suaves, serenas, tão cheias de amor.
São momentos de êxtase...
Que trago comigo, guardados, sentidos...
O roçar, o apalpar, o gemer...
O sussurrar no ouvido...
a barba a roçar...
o olhar no olhar...
a vontade latente...
explodindo em nos...
querendo muito mais...
explorando os momentos anteriores..
ao acto final....
Curtindo..sentindo...cada pedaço...
cada gesto...um olhar...um molhar de lábios
um passear pelo corpo... uma paradinha aqui...
outra ali, mais longa, demorada e subtil...
Um sorriso nos lábios e no olhar...
O calor do rosto, que subiu pelo corpo,
e está pronto a explodir...
O latejar vagaroso dos corpos se amando..
sem mais esperar...
Psst........
SORRI hj e smp é uma ordem =D
Beijos
Então e um domingo à boite que o Benfica perca,,,, esses sim são uns maus domingos.
Beijinhos...
Já uma amiga minha diz há muito que os especialistas deviam estudar o sindroma de domingo à noite para nos ajudar a ultrapassá-lo!!!!!
Domingos à noite ou outros são sempre úteis, mesmo detestando, pelo menos dá para ler posts sobre isso. beijos.
... o que vale um dia? designe-se ele por domingo à noite, quarta de manhã ou sexta á tarde?
Os dias são todos iguais; nós é que lhes damos o formato social como eles nos aparecem. Não há mistérios.
Gostava também de te ler noutras situações... mais descomprometidas com um certo discurso negativista. Tens qualidades para isso e as coisas menos más da vida também são um facto. Se é certo que não esquecer o lado menos bom da vida, ajuda a sarar feridas também não é menos verdade que não nos devemos afogar nele.
Um beijo amigo.
Para Legível:
Tens razão.Prometo que o proximo post será bem mais positivo!
Obrigado!
bjs
Olá Sofia!
Concordo 100% com esse síndroma do Domingo... vamos lá arranjar actividades diferentes para fazermos. Vai pensando nisso e depois combinamos alguma coisa, ok?
Beijocas para ti Linda e um xi com saudades, Calaia
Pims...
Há quanto tempo me frustram os Domingos. À noite, à tarde, ao almoço... Tudo remonta à altura dos estudos, e vem à memoria o ter de ficar em casa a estudar. Depois abrangeu a época de termos alguém e estarmos sós: almoçar nos papás, lanchar nos papás e dormir nos papás, sim, porque ao Domingo ninguém faz nada... Hoje sei-o, comigo o "Sunday-nerve" é provocado pela sensação de familia que ainda não tenho - ápenas, e que bom(!!!), possuo a que me deram. Tu desconhecias o sunday-nerve porque sempre estudaste com antedecedência e sempre tiveste companhia - isso é o tal "quê" que te aflige. Mas passa. Tudo passa. Prometo.
Como te disse, não podes saltar etapas. Tudo conta e soma e segue!
Tenho uma amiga que tem a frase adequada: "Ninguém nos prepara para isto."
Por isso o melho é mesmo aceitar a N/ inexperiência e seguir em frente.
Bjs
Nesse exato momento estou passando por uma depressão profunda, sempre agravada pelos dias de domingo, principalomente na hora do crepúsculo. Não estou mais aguentando, mesmo sendo tratado clinicamente, os sintomas da depressão parecem não desaparecer. Dá vontade de se desligar, morrer.
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