quarta-feira, setembro 27, 2006

A babar de tanto orgulho......

É verdade! Estou aqui a babar de tanto orgulho.....

O meu priminho querido, tão pequenino que é (porque tu para nós serás sempre pequenino!!!) tem demonstrado por varias vezes que é um grande homem. Forte, corajoso, sensivel e muito, muito carinhoso. Desta vez a novidade, a grande noticia do dia, é que foi convidado pela Selecção Nacional de Trampolins para participar no Torneio Inter-selecções que irá decorrer no próximo mês de Outubro, em Londres.

Ricardinho, és o meu orgulho e para mim já és um vencedor!

Um beijo campeão

quinta-feira, setembro 21, 2006

Desafio da Sea! - Os 5 traços da personalidade

Como sou acima de tudo corajosa, aceito o desafio que a Sea me fez lá no Place. E como tambem hoje, por coincidência ou não, até recebi um daqueles testes da net sobre a nossa personalidade através da escrita, digo-vos o que me saiu na rifa!

1- A inclinação de sua letra mostra que você parece ser uma pessoa equilibrada, educada. Mas é um pouco “fria” com quem acaba de conhecer. (tento realmente ser o mais equilibrada possível e isto é um esforço que tenho feito ao longo destes anos e que tem dado frutos. Ás vezes confesso que sou um pouco “fria” mas só quando a pessoa que acabo de conhecer também o é!)

2- A ligação de sua letra revela organização, raciocínio lógico e razoável capacidade de adaptação.(sim, sou organizada demais - nada nunca está fora do sitio certo, chega a ser arrepiante. sou muito "racionalmente" lógica- chamam-me chata, e adapto-me mais que razoável, quase perfeitamente, às novas situações- vulgarmente chamam-me forte!)

3- A direcção de sua letra indica controle, constância e organização, especialmente nas tarefas quotidianas.(esta aqui :)), quer dizer sou um bocado controladita - às vezes, mas não sou muito constante - confesso, ai os meus humores!)

4- A pressão que usa ao escrever sinaliza estabilidade e equilíbrio. (sim, depois de LÁ chegar, estabilizo e chego ao meu equilíbrio muito próprio)

5- As áreas valorizadas na sua escrita destacam vigor físico e sexual que se reflectem na grande habilidade de expressão corporal.(bom aqui, acho que nem vou comentar….. ai Jesus!!!!)

6- A forma de sua letra demonstra conservadorismo, formalidade e uma certa frieza em seus relacionamentos sociais. Tende a esconder sentimentos. (Nada, nada, mesmo nada. Não sou conservadora, nem muito formal e muito menos escondo os meus sentimentos. Não são todos vós testemunhas disso mesmo???)

Eram cindo, eu sei, mas este teste tem estes resultados todos. Como o ultimo é completamente falso podem excluí-los!!!

E agora, perdoem-me todos na blogoesfera, mas vou passar o desafio à minha família, a saber:
a prima Fortunata
a prima Ana
a prima Tânia
a prima Sofia
a prima Bé


PS. Quem quiser fazer este teste é só ir a http://istoe.terra.com.br/istoedinamica/testes/grafologia/index.asp

segunda-feira, setembro 18, 2006

O sorriso!

Miguel vivia apaixonado.
Miguel era talvez um eterno apaixonado. Em tudo em que entrava era com uma paixão enorme. No seu trabalho, na sua vida afectiva, na família. Não sabia fazê-lo de outro modo. Não conseguia passar pelas coisas ao de leve, sem lhes tocar e encontrar a sua essência.
Miguel era um jovem ainda. Trabalhava nos STCP e era responsável pela zona histórica do Porto. O percurso começava na Cordoaria e passava pela Rua dos Caldeireiros, Lóios Rua das Flores, S. Domingos. Junto ao mercado Ferreira Borges Miguel espreitava o rio enquanto deixava e apanhava passageiros. Miguel era apaixonado pelo seu Porto e em singular pelo seu rio. As cores do seu rio, escuras no Inverno e brilhantes de Verão faziam-no sonhar. Miguel além de apaixonado era também um sonhador. Daqui subia por Mouzinho da Silveira, Praça da Liberdade, Largo 1º Dezembro e chegava à Batalha. Depois dirigia-se para a Sé Catedral, outro local que o marcava. Pela sua posição na cidade, pela beleza das vistas que naquele local se podia alcançar, pelo seu silêncio à noite, onde muitas vezes rumava, e onde se sentava no cima de um muro olhando o seu rio enquanto desfrutava de um cigarro. Daqui partia rumo à Igreja dos Grilos, Palácio da Bolsa, S. Bento regressando assim à Cordoaria. Sabia o percurso de cor, por vezes nem sabia como chegava de uma paragem à outra.
O seu trabalho apaixonava-o. Falava dele como se de uma arte se tratasse. Sabia descrever as ruas e monumentos históricos por onde passava todos os dias melhor do que se de um professor de história se tratasse. Adorava o que fazia e aos amigos gabava-se muitas vezes de poder todos os dias viver o seu Porto por dentro, sentir a sua vida, a sua beleza e o seu cheiro.
Miguel cumprimentava todos os seus passageiros com um sorriso, dando os bons dias ou boas tardes consoante a hora do dia. Muitos já o conheciam, eram seus amigos, sorriam-lhe também. Miguel perguntava como andavam de saúde, muitos deles eram já idosos e deslocavam-se com dificuldade. Velhinhas sorridentes e desdentadas chamavam-lhe filhinho e contavam-lhe as suas desgraças: que este fim-de-semana os seus filhos não a tinham vindo ver; que o médico lhes tinha receitado mais um medicamento e que o dinheiro já não chegava; que os preços da fruta estavam exorbitantes e que nem isso já lhes era permitido comer. A todos, Miguel dava uma palavra de conforto, um sorriso amável, um ouvido atento. E todos eles sabiam da sua paixão.
Miguel andava apaixonado. Não sabia o nome da sua paixão mas sabia-lhe o rosto, a expressão e principalmente o seu sorriso. Via-a todos os dias no seu trajecto. Ela era da PSP do Porto, e fazia parte da polícia de trânsito na mesma zona em que Miguel trabalhava. E se não fosse no mercado Ferreira Borges, era na Batalha que a via ou na Praça da Liberdade. Quando se cruzavam, Miguel ao volante do seu autocarro, ela a pé com a sua farda impecavelmente lavada e passada a ferro, sorriam. Ele ainda se lembrava da primeira vez que a vira. Chamara-lhe atenção talvez por ser uma mulher-polícia, mas também pelo seu porte sensual. A farda ficava-lhe bem, era alta, pernas esguias, anca arredondada e saliente, peito firme. Apreciava em particular o seu rabo-de cavalo, por cima do qual colocava muitas vezes o seu boné azul-escuro. Tinha uns olhos vivos e da primeira vez que viu Miguel ajudou-o a retomar a sua marcha mandando parar uns automóveis que desciam da praça, e sorriu-lhe.
Assim nasceu a paixão dele. Ao longo de todo o seu percurso procurava-a. Sabia que a encontrava mais a cima ou mais a baixo, de manhã ou de tarde. E passou a sorrir-lhe sempre que a via. Um dia acenou-lhe até. O seu coração agitou-se, afinal ela era uma autoridade. A polícia desviou o olhar e mandou-o seguir sem desta vez lhe retribuir o sorriso.
Miguel sonhava com a sua musa. Fora do trabalho não a procurava, sentia receio de saber mais da vida dela. Não queria saber se era casada ou se tinha filhos. Isso iria matar o seu coração. Queria tê-la assim para ele, queria ter o seu sorriso, a sua atenção, mesmo sendo ela com o intuito de desembaraçar o trânsito. Achava que ela também o amava, porque lhe sorria sempre, excepto daquela vez do seu aceno. Miguel desejava conhece-la mais aprofundadamente mas temia perde-la de vez, e isso impedia-o de procurá-la de outra forma. Á noite na varanda do seu quarto, sonhava com ela, numa vida com ela, levá-la de manha para a sede da PSP, beijá-la e pedir-lhe cuidado na estrada, subir para o seu autocarro e sentir-se um homem feliz. Á noite, chegar a casa e sentir o cheiro dos seus cozinhados, jantarem de mãos dadas e depois mais à noitinha amarem-se com ternura, adormecendo em seguida abraçados.
Miguel vivia com os pais a quem amava acima de tudo. Era um bom filho, cuidadoso e preocupado. Tratava do pai acamado dando-lhe tudo o que podia e que ele necessitava, para o fazer sentir-se melhor. Comprara-lhe uma cama articulada e levava-lhe todos os dias o jornal, O Primeiro de Janeiro, que o pai devorava querendo manter-se útil e actualizado. Quando Miguel chegava à noite para jantar, discutiam as noticias, as obras do metro, os prejuízos dos comerciantes, a subida dos impostos ou mais uma vitória do Futebol Clube do Porto.
Um dia, seguindo pelo seu percurso habitual, apanhou a D. Beatriz na Rua das Flores. Ia para a Batalha.
- Bom dia filhinho, como estás hoje?
- Bom dia Dª Beatriz, o seu joelho como anda?
- Olha, com sempre meu amor, cada dia parece que piora. À noite na cama, deitadinha até que estou bem, mas de manhã quando salto da cama….. olha, são umas dores que nem te conto. Ontem falei com a Maria, sabes quem é a Maria? A minha vizinha do segundo?... Sim sabes, aquela que vem sempre cheia de sacos, e sempre mal-humorada e cheia de pressa, bom disse-me que eram artroses que também as tinha e que as dela eram piores. Olha piores, sabe lá bem ela as dores que eu cá tenho…
Miguel ia sorrindo e abanando com a cabeça. Procurava a sua paixão, hoje ainda não a tinha visto. A velhota parou de se lamentar. Miguel, sempre atento, olhou-a pelo retrovisor:
- Estou a ouvi-la D. Beatriz, e depois?
- Estás nada filhinho. Estás é à procura dela. Já a viste hoje? Porque não lhe falas? Sabes onde trabalha, um dia enche-te de coragem e vai procurá-la.
Miguel como que atordoado tentou sorrir:
- De quem fala D. Beatriz?
- De quem falo? Pensas que andamos todos a dormir? Somos velhos, temos as nossas dores, dormimos mal de noite, mas quando estamos no autocarro temos os olhos bem abertos. Queremos ver tudo, para onde nos levas e se nos levas em segurança. Achas que não te observamos?
Miguel ficou nervoso. Pensava que só ele era senhor dos seus sentimentos. Mas como as velhotas tinham dado por ela? Nem sempre a encontrava no mesmo sítio! Por vezes elas até já nem estavam sentadas no seu autocarro! “Cuscas” de velhas!
- Não fiques para aí atrapalhado amor. Já te conheço há muitos anos. Podias ser meu neto. Eu bem vejo o teu sorriso quando a vês. Os teus olhos ficam mais alegres e brilhantes. Olha, brilham tanto como quando o sol se põe no rio. Sabes como é?
Miguel já não sabia o que dizer ou fazer. Limitava-se a olhá-la pelo retrovisor.
- Nunca reparas-te como nos calamos todos quando a vemos? Já a conhecemos de cor, achamos lindo o vosso amor. Esperamos todos os dias que pares o autocarro, e lhe vás lá declarar esse amor que sentes. Porque não o fazes filhinho?
Tinham chegado à Batalha. Miguel ainda estava sem voz. Não consegui pensar em nada para lhe dizer. Ela descia ali. Ao descer, ainda lhe pousou a mão no ombro e sussurrou-lhe “Não tenhas medo!”
Nesse dia Miguel não a viu. Passaram-se mais dois sem a ver e ele começava-se a preocupar. Estaria de férias? Doente? Passou a andar mais calado, mais distante com os seus amigos passageiros. Os velhotes compreendiam-lhe a angústia e tentavam não lhe atrapalhar a procura.
Passaram-se dez dias, e Miguel não era o mesmo. À D. Beatriz partia-lhe o coração ver assim o seu motorista preferido. Perguntou-lhe se estava doente e aconselhou-o a ir a um. “Estás com muito má cara menino!” dizia ela, com um sorriso triste. Miguel tentava manter as forças e agradar a todos. Em casa também o seu pai o sentia diferente. Muitos eram os dias em que se esquecia do jornal e tinha deixado de o ver jantar. Desculpava-se com uma dor de cabeça e fechava-se no quarto.
No dia 15 de Setembro, o jornal que trazia nesse dia para o pai, desfez-lhe o mistério. “Jovem polícia morre, após mais de 10 dias em coma” O título de primeira página do Primeiro de Janeiro feriu-o como uma bala. Desfolhou o jornal para ler a notícia completa. Não queria acreditar no que o seu coração lhe dizia. Não era ela, não podia ser.
Mas era-o de facto. A notícia explicava como a jovem polícia de 33 anos não tinha resistido aos danos causados pelo grave acidente de viação de que tinha sido vitima. Madalena. Chamava-se Madalena. Atropelada num domingo à noite, por um automóvel descontrolado, que descia a Rua dos Clérigos, e que a foi apanhar à berma da estrada. Viu a sua foto no jornal, viu o seu sorriso. Pela primeira vez soube o seu nome a sua idade. E que deixava uma menina de 4 anos, órfã. E de como a sua vida virou uma tragédia.
No dia seguinte, Miguel não foi trabalhar. Seguiu o conselho da D. Beatriz e foi ao médico. Meteu baixa uns dias. O médico diagnosticou-lhe uma depressão. Quando Miguel tinha entrado no consultório, durante mais de meia hora a única coisa que conseguiu fazer foi chorar.
Uns dias depois regressou. Pediu mudança de zona. O seu chefe Martins assustou-se. Nunca Miguel se tinha mostrado disponível para tal. Miguel alegou algum cansaço e daí a sua depressão. Deram-lhe a linha 705 que vai do Hospital S. João até Valongo.
Miguel deixou assim de ver o seu rio. Deixou de subir à noite até á Sé Catedral para contempla-lo. Deixou de lado os seus amigos da zona histórica.
Dizem, quem o vê e o reconhece, que envelheceu, que está mais magro e que já não conversa com os seus passageiros.
Miguel continua apaixonado por ela, a sua musa. E tem a certeza que um dia a irá encontrar. Porque uma vez, e é capaz de jurar, viu-a ali para os lados da areosa, com o seu fato de policia bem engomado, e o seu rabo-de-cavalo firme escondido por baixo do seu boné de policia de transito.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Há dias assim!

No sábado lembrei-me de ti. E sei que tu também te lembraste de mim. É engraçado como existem dias assim. Dias que tu sabes, que por mais tempo que passe te vais lembrar sempre do outro. E não foi dia de aniversário, nenhuma data importante. Apenas um acontecimento com gostos comuns e divergentes. Parece difícil mas não é, pois não?

No sábado além de me lembrar de ti, senti que tu também me lembras-te. E que tu mesmo também sentiste como eu me lembrei de ti. Estive lá e relembrei outros momentos iguais aquele e no entanto tão diferentes.

No sábado fiquei feliz, eufórica até.Tu deves ter ficado mais triste, um pouco desiludido. Andamos mesmo desencontrados!

Desculpa, até pode parecer provocação, mas acredita que não é. Mas no sábado fui heroína e tu, jogando do lado dos maus, foste vencido pelo meu príncipe (ou diria príncipes?)

Neste sábado saí eu vencedora, noutros, e foram muitos saí vencida. Há dias assim!

***

Days like this!

Saturday I remembered you. And I know that you also remembered me. It is funny as days like this exist. Days that you know perfectly that, for more time that passes, you will always remember the other. And it was none anniversary, none important date. It was only an event with common and divergent pleasures. It seems difficult but it is not, don’t you agree?
Saturday beyond remembering you, I felt that you also remember me. And that you also felt that I had remembered you. I was there and I remembered other events so equal and however so different.
Saturday I was happy, even euphoric. You must have been sad, a little disappointed. We are always in different ways!!
Sorry, this can seem some joke, but it is not, believe me. But Saturday I was a Heroine and you, playing for the bad guys, loose the battle against my Prince (or should I say Princes?)
This Saturday I walked on winning, others were, and it had been so many, that I walked by, loosing. There are days like this!

domingo, setembro 03, 2006

Laços!

Hoje alguem me fez lembrar da importância dos laços. Qualquer que sejam eles! Laços à terra que nos viu nascer, ou simplesmente aquela que nos viu crescer, os nossos laços familiares ou laços que nos unem a certas coisas, como um livro, uma peça de roupa ou uma simples caneta.
Os laços são tão importantes, tão frutiferos, tão poderosos. Quando temos esses laços sentimo-nos seguros e mais confiantes. Sentimos que pertencemos a algo ou até que temos algo nosso.

Pelo contrário, a ausência de laços assemelha-se a um deserto. Quando estive agora recentemente no deserto do Sahara, a paz, a plenitude, o silêncio e aridez do deserto impressionaram-me. Apesar de maravilhada pela paisagem, não pude deixar de sentir esse mesmo deserto no coração. Chocou-me ter que me confrontar com essa realidade. Enquanto percorrria lentamente uma infima parte daquele deserto, foi como que me deparasse com o meu próprio deserto. Só hoje falando com o meu amigo R. é que me dei conta de que foi isso mesmo que senti. A falta de laços.

O meu amigo hoje fez-me chorar. E ficou triste com isso. Disse que pensava que só me fazia bem. Eu contei-lhe o que descobri tambem recentemente. Que por vezes uma lágrima é mais verdadeira e sentida do que muitos sorrisos e gargalhadas. Engraçado como um médico amigo me caracterizou à minha mãe "aquela alegria e vivacidade, para mim só escodiam uma profunda amargura interior." Os sorrisos escondem muito coisa é certo. Uma lágrima não.

A ti meu amigo, e repito o meu agradecimento, muito obrigado por conseguires tirar de mim aquilo que é mais verdadeiro. Contigo até alguns dos sorrisos o são mesmo.